Notavelmente os tempos mudaram, transformações e mudanças em vários aspectos de nossas vidas.
Ainda me lembro bem dos famigerados disquetes de ¾  e também da fita cassete ou quem poderia esquecer dos saudosos discos de vinil.
Tempos onde os filmes eram reservados ao cinema e a atrasada televisão.
Naquela época a mídia física que carregava o conteúdo era de difícil e cara produção, e isso justificava seus preços.
Mas avançamos, novos métodos de armazenamento removíveis foram desenvolvidos e outros aposentados, o disquete é somente uma vaga lembrança , as fitas cassete não mais fazem parte da vida de pessoas normais, gigabytes são unidades de medidas de armazenamento que não assustam mais ninguém (sim gigabytes já foram absurdos de grandes assim como o terabyte é hoje).

E então veio a internet e mudou tudo em um relativamente curto espaço de tempo, antigamente ver um filme antes mesmo de seu lançamento era algo reservado a quem produzia o filme e a críticos de cinema, hoje é uma coisa bem comum.

Ouvir o lançamento de algum cantor em algumas horas era coisa inimaginável, hoje isso é quase pré requisito.
Mas…. todas essas possibilidades da internet e seu modo sem fronteiras de ser vem gerando um sentimento no mínimo de raiva por parte daqueles que se acham no direito de vender cultura.
Gravadoras, estúdios hollywoodianos, escritores, cantores, muitos desses citados confundem a idéia de produzir cultura e vender cultura, vivem atrelados a um modelo pré histórico de negócios baseados em mídias físicas e distribuição mão a mão.
Com o advento da internet temos toda uma geração de pessoas que adentraram no mundo tecnológico e já tem o principio do download grátis arraigado em suas vidas.
Dessa forma fazendo instintivamente o ato tido pelos produtores como “PIRATARIA”, seja de software ou de produtos culturais.
Então temos toda uma geração de “piratas” natos, que procuram diligentemente obter conteúdo/produto digital gratuitamente.
São comuns termos de pesquisa por conteúdo com as seguintes palavras : ”download musica grátis” ou “filme download grátis” e muito mais expressões alusivas a conteúdo grátis.
Temos aqui então um comportamento “criminoso” generalizado, mas podem as autoridades  punir a todos? ou conseguem eles pelo menos saber quem são os infratores? Um NÂO retumbante responde a essas questões, mas o que podem fazer os produtores de cultura quanto a esse comportamento social?
Se adequar a realidade, mudar o modelo de negócios, encontrar uma forma viável de trabalho tendo em vista que a forma atual é arcaica e não rende mais tantos lucros como antigamente.
Pense na quantidade pessoas que assistem filmes baixados da internet, ou das pessoas que baixam musicas, e também softwares disponibilizados por sites que são caçados e taxados de criminosos por quem os produz mas os distribuem de maneira incompatível com esse tempo pós mídia física.
É necessário reconhecer o conteúdo cultural como serviço e não como produto , qual seria mais interessante, comprar um cd ou assistir um show  de seu cantor favorito?  Ou ainda assistir um filme no cinema ou assistir um filme em sua TV através de um DVD ou coisa do tipo?
Pelo que se sabe o maior lucro dos filmes vem das bilheterias, tendo como base que  quem assiste a filmes em cinema gosta de assistir a filmes em cinema, não importa a forma de distribuição que exista ele irá continuar indo ao cinema, gerando assim o mesmo lucro para os produtores.
O mesmo acontece com pessoas que gostam de assistir a shows, vão continuar comprando ingressos de shows e gerando assim o mesmo lucro.
E ainda vemos que o comportamento denominado “pirataria” é uma das maiores fontes de divulgação para o trabalho desses produtores de conteúdo, por esse motivo os mecanismos de proteção contra cópias são muito precários permitindo assim que a pirataria (que também devia ser chamada de divulgação) aconteça com facilidade.
E depois com uma falácia de infração de direitos autorais e crimes contra a propriedade intelectual chamam a toda uma geração de piratas e criminosos, onde quem realmente são os criminosos são eles.
Não é roubo, é compartilhamento, não é pirataria é tendência natural.
Atenção cantores, distribuam suas musicas livremente em seus sites, seus shows rendem mais que a venda de CDs e como o que interessa é que te escutem então….!

Atenção produtores de filmes, disponibilizem os filmes para download, cobrem uma taxa simbólica, ou não cobrem nada não faz diferença ainda assim terão bilheteria se fizerem um bom trabalho.
Várias iniciativas existem em torno das idéias de melhor uso da internet e do modo de distribuição de softwares e produtos digitais, conheça  alguns desses projetos, se informe, abra sua mente, viva a mudança, entenda o futuro.

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